Cerca de 400 mil pessoas foram vacinadas com a droga produzida pela AstraZeneca, o que representa cerca de 30% dos vacinados com a 1ª dose em Portugal. Não se sabe o número certo dos que ficam, agora, com a 2º dose em suspenso. Mas, segundo afirmou o coordenador do grupo de trabalho do plano nacional de vacinação, há cerca de 200 mil doses no frigorífico. Que não se sabe se serão utilizadas.
Das várias vacinas que estão a ser utilizadas em Portugal, a primeira a chegar foi da Pfizer. É provável que à maioria dos já vacinados tenha sido administrada esta vacina.
A suspensão da vacina da AstraZeneca é, no entanto, um contratempo considerável para o processo de vacinação geral da população. Na dúvida, esta vacina poderá ser substituída por outras. Há vários laboratórios com produtos similares em fase de aprovação pelas entidades que superentendem à Saúde na União Europeia e não será por falta de opções que a vacinação ficará interrompida.
É verdade que há contratos e pagamentos por conta, a AstraZeneca representa um dos maiores contratos estabelecidos pelo bloco comunitário, que acordou para a compra antecipada de 300 milhões de doses, mas os contratos podem ser denunciados e os pagamentos revertidos. Afinal, quem tem estado em incumprimento é a empresa farmacêutica, não só com atrasos nas entregas aprazadas como, agora, com as suspeitas que surgiram sobre a qualidade do produto.
Primeiro na Áustria, depois na Dinamarca, surgiram casos de coagulação no sangue que levaram à morte de duas pessoas depois de terem sido inoculadas com esta vacina. Na Holanda, os serviços de Saúde reportaram 10 incidentes após a administração da vacina da AstraZeneca. Em Portugal registaram-se dois casos de eventos tromboembólicos após a tomada da vacina da AstraZeneca. Tudo somado, levou a que a vacinação com esta droga fosse interrompida, até haver certezas quanto às consequências do uso desta vacina. No entanto, se perguntarem aos ingleses, eles dirão que a vacina é boa.