Podemos, por exemplo, dar conta de que um polícia, mesmo que o chefe de todos eles, se pode pôr em bicos de pés e, desprezando as regras mínimas de uma democracia, substituir-se ao ministro da Tutela, com o beneplácito do Presidente da República.
E podemos, também, confirmar sem sombra para dúvidas, que qualquer louco pode chegar a juiz em Portugal.
Refiro-me, claro, ao Intendente Magina da Silva e ao Juiz Rui Fonseca e Castro.
O primeiro, depois de uma reunião com o Presidente da República, divulgou à comunicação social uma série de informações que deveriam ter ficado sob reserva. E manteve o lugar…
O segundo, no momento em que morriam, no país, cerca de trezentas pessoas por dia, de Covid, aparecia a garantir que “as vacinas são perigosíssimas”, que “as pessoas têm o direito de recusar serem inoculadas” e que “a pandemia é uma invenção”.
Não contente com isso garantia, ainda, “que há fundamentos para os agentes da PSP, e militares da GNR, desobedecerem às leis emanadas do Conselho de Ministros ou da Assembleia da República”, porque “a Covid é uma farsa cuja finalidade é, somente, vender vacinas”.
Depois, perante as críticas generalizadas, atirou as culpas de todos estes problemas às vítimas habituais: Conselho Superior de Magistratura (que o tinha suspendido) e à Maçonaria (porque sim!).
Só se esqueceu do Benfica, mas lá chegará o momento.
Depois disto, o mais difícil seria tentar perceber o que poderia acontecer se estes dois personagens se viessem a encontrar numa das esquinas da nossa vida.
Preocupação acrescida depois do Juiz ter gravado um vídeo, que espalhou pelas redes sociais, onde garantia que estava a ser perseguido pelo senhor Magina da Silva, que apelidou de “menina” e “queixinhas” desafiando-o para uma cena de “porrada de quelha” a que, pomposamente, chamou de “luta MMA”.
O País ficou expectante por essa luta, sem regras, entre o Lelé da Cuca e o Queixinhas!
“É uma proposta para resolver isto como homens”, explicou o Lelé Castro, acrescentando que Magina da Silva “parece uma menina a chorar” e que não passa de um “queixinhas”.
O “machão” (não é qualquer um que desafia um calmeirão como o Intendente, mesmo que este chore como uma menina) garantia que, se fosse derrotado, se ausentaria das redes sociais e “deixaria de ajudar”.
Mas exigia que, se ganhasse, o Intendente Magina da Silva teria de ir à “televisão” admitir que é um “idiota, um fantoche, um pau mandado do Governo”, e que só é director da PSP porque é “maçon”.
Antes que lhe tornassem a vestir o colete-de-forças teve ainda a oportunidade de dizer que o Intendente Magina da Silva “é um maroto”.
Foi a única coisa em que concordei com ele. O Intendente Magina tem um nome um bocado “varoto”, há que reconhecer…