José Megre é um dos maiores aventureiros portugueses de todos os tempos. Atravessou 15 vezes o deserto do Sahara, em 6 percursos diferentes. E sonhou fazer as “24 horas da Penha Longa”, na serra de Sintra.
Esteve na vanguarda do mini carro-português Sado e na grande epopeia dos UMMs com Pedro Cortês, financiada pelos irmãos Baptista da Silva, da Mocar, antiga representante da Peugeot em Portugal.
Partiu cedo, aos 66 anos. Megre é hoje um nome mítico. Cruzou três vezes a Ásia e a Europa. Esteve no Rallies Paris-Cidade do Cabo e no Paris-Moscovo-Pequim. Fez ainda a Rota do Trans-siberiano e Lisboa-India-Nepal—Butão-Tibete. Deu gás ao Clube Todo-Terreno e ao Clube Aventura.
Ter uma viatura todo-terreno e participar nas iniciativas de Megre era uma festa. Sem ele o Todo-Terreno perdeu força. Todos o queriam ouvir. Era muito afável. Em quilómetros, deu nove voltas ao mundo. Os seus três livros estão esgotadísssimos. São livros caros pelas fotos extraordinárias. E com um texto excelente e empolgante.
Megre foi comando na Guerra Colonial. Quis ser piloto profissional, mas não teve sucesso. O seu grande êxito foi na empresa Entreposto, no projecto Sado e ao volante dos UMMs e dos Nissans. Já doente abandonou a quimioterapia para voltar todo-terreno. Foi para o Alaska e depois para a América do Sul. Sobreviveu a centenas de perigosas aventuras. Mas foi derrotado por um pequeno-grande vício: o cigarro! Que mata 33 portugueses por dia! Mais de 12 mil por ano.