Não deveria ser segredo, dado que é a própria EMEL, no seu website, que refere que gere mais de 75.000 lugares de estacionamento mas emite mais de 90.000 dísticos de residente. Ou seja, se a EMEL fosse um cinema, vendia mais lugares do que as cadeiras disponíveis na sala. Os números são de Novembro de 2018, sendo também o último relatório e contas publicado o de 2018 e o último plano de atividades o de 2019. O que por si só já é mau, muito mau, para uma das principais empresas municipais da Capital e cujas intervenções mais impacto têm tido na vida dos Lisboetas recentemente.
É também de fácil intuição que estes números, que decerto mudaram nos últimos dois anos, não melhoraram para os moradores das freguesias mais centrais da cidade, de onde todos os dias chegam relatos e fotos de lugares de estacionamento retirados para colocar ciclovias, estacionamento de bicicletas, alargamento de passeios ou simplesmente colocação de pilaretes ou ordem para a EMEL multar e rebocar quem estaciona durante a noite ou durante o dia, em confinamento, em locais não regulados, por não existirem lugares marcados suficientes.
Não é minha intenção neste artigo julgar esses casos, mas sim questionar: porque não há transparência para o cidadão sobre a real disponibilidade de lugares de estacionamento?
Quem compra ou aluga casa em zonas de estacionamento regulado tem de saber se vai poder estacionar o seu carro perto de casa. É imprescindível uma maior transparência na relação ‘dísticos por lugares de estacionamento’. No limite, deve-se deixar de emitir dísticos nas zonas mais pressionadas, publicando esse facto e assim sinalizando essa escassez a quem aluga ou compra casa em Lisboa.
A disponibilidade de lugares, plasmada na disponibilidade de dísticos de residente, publicada e facilmente acessível por todos, é um fator essencial na valorização de uma habitação, permitindo que pessoas para quem ter automóvel é fundamental possam, em Liberdade, decidir não ir morar para a zona e, no limite, permitir que a cidadania possa exigir, com base em números, mais e melhores condições de estacionamento nos seus bairros. Informação e Liberdade. Urge reforçar a transparência da regulação do estacionamento em Lisboa e transmitir informação clara e verdadeira a quem vive ou quer viver em Lisboa.
E o que se propoe?
Realmente , se ha 75000 lugares a EMEL nao deveria vender 90000 disticos.
era chegar aos 75000 disticos e parar de vender, como fazem na sala de cinema do exemplo dado.
quem chegasse punha se na fila à espera que alguem deixasse de ter distico… mas sendo o distico gratuito ou quase, obviamente nunca ninguem iria abdicar do distico, pelo que a espera seria infinita, e ai comecacam as queixas por nao deixarem alguem ter distico so porque chegou depois.
a outra alternativa, seria deixar o mercado funcionar, o distico deixava de ser gratuito ou quase, e passava a ter um valor com base no mercado e na procura e oferta(Ate podia ser leilao), e era ver o preco do distico a disparar para o seu real valor, teria de chegar a um valor alto o suficiente para haver 15000 pessoas a decidir nao ter distico.
seria o mais justo, mas ai vinham as criticas que so os ricos conseguiam ter distico bla bla