Hoje, o boletim epidemiológico da Direção Geral de Saúde regista 30 mortes relacionadas com a covid-19 (mais cinco que ontem) e 847 novos casos de infeção (uma subida de 482 casos). O boletim revela que estão internados 1.278 doentes (menos 125 do que na segunda-feira) e nos cuidados intensivos estão agora 312 doentes (menos 30 em relação a segunda-feira).
São números preocupantes, apesar de se manter a tendência de descida nos internamentos. Mas, um aumento de 482 casos em 24 horas é sinal de alarme, mesmo considerando a hipótese de ter havido atrasos na revelação dos resultados dos testes efetuados durante o fim-de-semana. As 5 mortes a mais, relativamente a ontem, reforçam a intensidade do sinal de alarme. Nada está garantido.
A descida dos indicadores pandémicos em Portugal verificada nas últimas semanas está, de resto, em contraciclo com o que se passa noutros países europeus.
O que se passa na Europa
França registou hoje 23.302 novos casos da doença covid-19 e 298 mortes nas últimas 24 horas. Os hospitais estão com 77,5% das camas em unidades de cuidados intensivos ocupadas.
Em Itália, o registo é de 19.749 novos contágios e 376 óbitos associados à covid-19 nas últimas 24 horas. As notícias falam de aumento significativo das hospitalizações.
Em Espanha, apesar da tendência de descida, os registos são ainda de 4.013 novos casos de covid-19 e 291 mortes desde segunda-feira atribuídas à covid-19. Já morreram mais de 71 mil espanhóis com esta doença.
Em Londres, o Governo inglês foi aconselhado a não acelerar o desconfinamento. O Reino Unido registou 231 mortes e 5.766 novos casos nas últimas 24 horas. Os cientistas advertiram o Governo para o perigo de significa o levantamento apressado das medidas de restrição, porque “colocaria em risco vidas” entre os setores mais vulneráveis da população que ainda não foram vacinados.
Marcelo sintetiza as tarefas para combater o covid-19
Em Lisboa, o Presidente da República pediu sensatez no desconfinamento, “clareza estratégica” e políticas de coesão social que reduzam as desigualdades que a livre concorrência e o mercado não corrigem.
Marcelo falava na cerimónia de tomada de posse para o segundo mandato presidencial. Relativamente ao combate à propagação da covid-19, afirmou: “Sabemos todos o que queremos: queremos encurtá-la e não alongá-la, estancar o número dos nossos mortos, baixar a contaminação, ampliar a vacinação, a testagem e o rastreio, evitar nova exaustação das estruturas de saúde e dos seus heróis, desconfinar com sensatez e sucesso”.
“Reduzir o temor, reforçar a confiança, recuperar os adiamentos nos doentes não covid, estabilizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), permitir de forma duradoura a reconstrução da vida das pessoas”, completou, apontando estes objetivos como a sua prioridade “mais imediata” e prometendo atuar “em espírito da mais ampla unidade possível, num tempo de inevitáveis cansaço e ansiedade”.
O país tem, portanto, uma tarefa hercúlea pela frente que não se compadece com politiquices. Precisamos de políticas eficazes, eficientes e de dirigentes capazes.