Prudência e sensatez foram as palavras usadas pelo Presidente da República no apelo aos portugueses para evitar uma nova escalada da pandemia. Marcelo lembrou que é preciso não se inverter a tendência de contenção da covid-19 e, para isso, manter as regras de segurança neste período da Páscoa é fundamental.
“Portugueses, estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegámos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o termo de mais de um ano de vidas adiadas, de vidas atropeladas, de vidas desfeitas”, afirmou o chefe de Estado.
O domingo de Páscoa será em 04 de abril. Marcelo Rebelo de Sousa realçou que este é “um tempo de encontro familiar intenso, em particular, em certas áreas do continente e das regiões autónomas”. E é aí que está o perigo, como já sucedeu no Natal, com as consequências que conhecemos.
Segundo o Presidente da República, é preciso assegurar que o desconfinamento decorre sem que “os números de infetados, de internados em cuidados intensivos e de mortos, assim como o indicador de transmissão ou contágio” aumentem invertendo a tendência dos últimos dois meses, para se conseguir “o esbatimento” da covid-19 no país “antes do verão”.
“São apenas umas semanas, mas umas semanas que bem podem valer por muitos meses e anos ganhos na vida de todos nós. E comecemos já pela Páscoa, antes ainda das aberturas de abril e maio. Com prudência, com sentido de solidariedade, com esperança acrescida de futuro. Portugal merece-o. Todos nós, portugueses, o merecemos”, reforçou.
Pandemia cresce na Europa, Portugal não é uma ilha
Neste momento, nos hospitais portugueses há 695 doentes internados, menos 17 que ontem, 154 em unidades de cuidados intensivos, menos um do que na quarta-feira. O registo de óbitos é de 9, mais 423 infetados.
A região de Lisboa e Vale do Tejo, com 182 novos infetados, é a área do país com mais novas notificações, com 43% do total de diagnósticos.
No entanto, o sinal de perigo está no indicador Rt (índice de transmissibilidade do vírus) que tem estado a subir lentamente nos últimos dias, sendo agora de 0,91. Se ultrapassar a marca 1, significa que a pandemia volta a ganhar velocidade.
A verdade é que Portugal não é uma ilha e no resto da Europa o panorama não é simpático em muitos países. A Espanha registou 6.393 novos casos de contágio e 356 mortes atribuídas à covid-19. França registou 45.641 novos casos e 225 mortes. A Itália registou 23.696 contágios e 460 mortos. Exemplos do que não queremos que venha a acontecer em Portugal.