Oeiras disputa há muito a centralidade de Lisboa. Isaltino Morais quer a importância social e económica da capital. Lisboa tem andado em marcha lenta em todos os domínios. E a cidade de Oeiras não tem a carga tóxica do Alojamento Local, que era a panaceia para o desenvolvimento lisboeta. Foi o que se viu.
O empreendimento agora anunciado vai ocupar 30 hectares no Alto da Boa Viagem e terá também 250 moradias. Aos futuros habitantes promete-se três minutos a pé até ao local de trabalho. Serão 28 mil metros quadrados de escritórios, um hotel com 150 quartos e um aparthotel com 400 unidades. As obras começam no próximo mês de Julho.
Este projecto será potenciado pelo Porto Cruz, que pretende implantar cinco torres de habitação e escritórios na antiga fábrica da Lusalite, com marina e a praia da Cruz-Quebrada renovada. Estas duas zonas juntas serão muito mais atractivas que a Alta de Lisboa, a menina dos olhos de ouro do ex-presidente João Soares.
Lisboa tem-se fechado, estreitando as ruas, limitando a circulação automóvel e apostando em ciclovias sem ciclistas. A capital não consegue fazer o upgrade dos bairros pobres. Oeiras tem feito o contrário e ao mesmo tempo oferece alternativas à dispensa de transportes. Isaltino Morais sairá vitorioso pelas cartas que tem.
Mas há um pequeno pormenor. As rendas irão descer com a oferta. E Lisboa? Ficará deserta?