O vereador Carlos Castro demitiu-se do pelouro que dirigia, o da Proteção Civil. Depois de se saber que o vereador tinha sido um dos que passaram à frente na fila para as vacinações anti-covid, e perante a indignação que se levantou, escreveu uma carta a pedir a demissão que foi imediatamente aceite por Fernando Medina.
O facto de o autarca ter sido vacinado com uma das 126 vacinas que sobraram do processo de vacinação dos lares da cidade, assim como os comandantes do Regimento de Sapadores Bombeiros e da Polícia Municipal e a Diretora Municipal da Higiene Urbana, provocou “mal-estar em vários serviços do município”, escreveu o vereador na carta endereçada a Medina, divulgada na sua página da rede social Facebook.
O vereador demissionário salienta que “nunca quis beneficiar de nada, nem prejudicar ninguém”, reforçando que a sobra que lhe foi administrada foi “validada por um delegado de saúde”.
Carlos Castro recorda que o plano de vacinação contra a covid-19 na cidade foi coordenado e implementado no terreno por si, e que acompanhou “os primeiros dias de trabalho” na presença dos dirigentes da Higiene Urbana, Polícia Municipal e Bombeiros.
Tal como noticiámos ontem, no dia 9 de fevereiro a Câmara de Lisboa fez saber que, na sequência da vacinação em lares e residências para idosos, sobraram 126 vacinas, uma média de 18 por dia. Uma delas coube em sorte ao vereador Carlos Castro.
O pelouro da Proteção Civil passará a ser assumido pelo vereador Miguel Gaspar, detentor das pastas das Mobilidade, Segurança, Economia e Inovação.
É incompreensível que alguém que passa à frente de uma fila organizada numa lista , venha dizer, que “nunca quis beneficiar de nada, nem prejudicar ninguém”, sobraram vacinas ? se o senhor vereador foi vacinado, não haveria a hipótese de chamar outras pessoas em condições de serem vacinadas ? A desculpa das sobras tornou-se a frase rotineira.