Covid-19: 58 mortes, vacinação de andarilho

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Nas últimas 24 horas morreram 58 pessoas com covid-19. Há ainda registo de 1.027 novos casos de infeção. O número de novos casos continua a baixar, este é o registo mais baixo desde 7 de outubro, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dia em que foram registados 944 casos. Continuam internados 2.404 doentes, menos 209 do que na quinta-feira (o número mais baixo desde 5 de novembro), dos quais 522 em cuidados intensivos, menos 14 que ontem.

Prossegue, entretanto, a campanha de vacinação da população. Ao contrário do que se pensava que ia acontecer, a vacinação não decorre nos centros de saúde espalhados pelo país. Em cada concelho há centros de vacinação, o que implica uma concentração de pessoas nesses locais, apesar das convocatórias tentarem evitar aglomerações através da marcação da hora para a vacinação de cada um dos convocados.

No centro de vacinação de Odivelas

O Pavilhão Multiusos de Odivelas, nos arredores de Lisboa, está transformado em centro de vacinação. Centenas de pessoas convergiam para esse local, idas dos mais variados recantos do concelho. A maioria destas pessoas eram idosas, algumas com evidentes dificuldades de locomoção. Chegaram à boleia de vizinhos ou de familiares, alguns utilizaram os serviços dos bombeiros. No centro de vacinação não havia cadeiras de rodas em número suficiente. E nem todas as cadeias existentes eram as mais apropriadas para velhos de 80 anos se sentarem em segurança. Os assistentes operacionais no local tinham boa vontade, mas pouca prática neste tipo de funções.

A centralização dos centros de vacinação é uma dificuldade acrescida para idosos que não tenham autonomia para se deslocarem, por dificuldades físicas ou por falta de meios de transporte próprio.

Uma das pessoas que se deslocou ao pavilhão Multiusos de Odivelas disse que vivia mesmo ao lado do centro de saúde… de Caneças. Ou seja, em vez de 100 metros, teve de fazer uma viagem de 20 kms, ida e volta.

O plano de vacinação previa a utilização dos centros de saúde, mas pelos vistos isso não está a acontecer em todo o lado.

1 COMENTÁRIO

  1. O cansaço como sequela do Covid-19.
    Vi há dias na TV um jovem que dizia sentir-se muito cansado depois de ter tido Covid. O pai dava como exemplo que quando iam às compras ele dizia que estava muito cansado e, se bem me lembro, que queria ir para casa. Como o compreendo!
    Não tive Covid mas tenho duas doenças do sistema imunitário e o cansaço excessivo e a falta de energia passaram a ser companheiros de vida! Para quem tinha sido professora de educação física, devo dizer que senti que isto era uma afronta pessoal! Aos 9 anos ganhei o meu primeiro corta-mato, no St Julian´s School em Carcavelos, e continuei a ganhar todos os anos… Enfim… resumindo e concluindo: é preciso aprendermos a viver com a nova realidade com que a sorte, ou a má sorte, nos presenteia.
    Passei anos a rejeitar o cansaço que sentia e a falta de energia avassaladora, ou a lutar contra estes, até ter ido parar ao hospital de onde já não saí sem que me presenteassem, desta feita, com um pacemaker. Na realidade havia dias que levantar-me era uma tortura e demorava que tempos até o conseguir fazer. E isto para depois do duche ter de me deitar outra vez pois não conseguia vestir-me nem estar de pé! Eu que durante anos trabalhara 12 horas por dia e à noite escrevia livros… Agora pensava “Quero a outra Virgínia! Onde é que ela está? Chamem-na!” Mas a outra Virginia… agora era esta Virgínia!
    Resolvi reformar-me e depois de dez anos nos States, em Inglaterra e na Dinamarca, resolvi voltar para Portugal, para Cascais, para o nosso sol, a luz, a família, os amigos, a Baía de Cascais…
    Alguém disse que a longevidade não é determinada só pela ausência de doença, mas também pela forma como gerimos as nossas limitações e os novos condicionalismos! Por isso às vezes podem ver-me sentado no meu carro, estacionado à porta de casa, a tamborilar no volante e no tablier ao som da música, enquanto descanso para poder sair do carro e ir para casa! É verdade! Agora isto já não me maça. Faz parte da minha vida, da minha rotina, e isto mesmo depois de a ida às compras ter durando pouco tempo… Se durou mais, podem ver-me meia pendurada no carrinho de compras a remoer. “Que estupidez já sei que não posso fazer isto…” Uma vez tive de abandonar o carrinho, sair e sentar-me no primeiro banco que encontrei.
    Agora já estou mais disciplinada, aprendi a viver com a várias situações debilitantes provocadas pelas duas doenças crónicas do sistema imunitário.
    Há um autor de que gosto muito que diz: “Há sempre algo que se pode fazer!” E é mesmo!
    Também é útil e agradável termos um espaço onde possamos partilhar as nossas experiências e as soluções encontradas! Sentimo-nos mais compreendidos e que não estamos sós.
    Aqui fico ao vosso dispor! Se quiserem partilhar preocupações ou dificuldades, terei muito gosto! Tenho um doutoramento em Motricidade Humana na especialidade de Reabilitação e situações debilitantes e como as ultrapassar não me são estranhas, agora algumas na primeira pessoa!

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