Na última semana, as urgências hospitalares na região de Lisboa entraram em colapso, como tem sido exaustivamente noticiado. A situação a que se tem dado maior visibilidade mediática é a que se vive no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Dezenas de ambulâncias engarrafam a urgência, doentes chegam a estar 14 horas e mais à espera dentro das ambulâncias, médicos e enfermeiros atendem doentes dentro das ambulâncias, um caos. Mas a situação deve-se, em boa parte, à rutura verificada em hospitais como o de Almada, Cascais ou o Amadora-Sintra. Alguns deles, como é o caso do Amadora-Sintra, fecharam as urgências a ambulâncias. Como os bombeiros e o INEM não podem ficar com os doentes, vão todos para o Santa Maria, rebentar com o maior hospital do país.
Há muito que se sabe que o Amadora-Sintra não chega para as necessidades da população que é suposto socorrer-se daquele estabelecimento quando precisa de atendimento hospitalar. Tanto assim é que há vários anos que o presidente da Câmara de Sintra anda a prometer um hospital.
A construção de um novo hospital em Sintra já foi utilizada várias vezes como arma de arremesso eleitoral e propaganda política. Sempre que se aproximam eleições autárquicas, o tema vem à baila e Basílio Horta renova a promessa. Que ainda não cumpriu. Daqui a uns meses teremos novas eleições e pode ser que volte a dar jeito falar no hospital.
“Uma necessidade com 20 anos”, chegou a dizer Basílio Horta nas vésperas da eleição para a autarquia em 2017. Mas a vontade passou, a necessidade foi ficando para trás, os adiamentos sucederam-se, nunca nada aconteceu.
Até que, no dia 22 de setembro de 2020, a Câmara Municipal de Sintra aprovou (com vários meses de atraso) o lançamento de um concurso internacional para a construção do novo hospital de Sintra.

Na altura foi noticiado que as empresas teriam 111 dias para participar ao concurso. Em causa está uma obra orçamentada em pouco mais de 40 milhões de euros.
O dono da obra é a Câmara Municipal de Sintra que tem um protocolo firmado com o Governo a quem caberá o recheio do hospital: equipamentos e recursos humanos.
No dia 22 de setembro, o presidente da Câmara dizia que o município estava a viver um dia “histórico”, resultado de um “longo caminho” e mais algumas frases feitas que, na verdade, não têm grande significado. São muletas de discurso político, apenas.
Passaram-se os oito dias restantes desse já longínquo mês de setembro do ano passado, todos os 31 dias de outubro, mais os 30 do mês seguinte, todo o mês de dezembro, estamos agora no vigésimo nono dia do mês de janeiro de 2021. Todos estes dias somados dão 129 dias. Do concurso internacional não há notícia. Mais um prazo que foi ultrapassado. Ou será que os 111 dias referidos eram “dias úteis” e não “dias de calendário”?
O hospital de Sintra foi concebido como um pequeno hospital de retaguarda, mas se já tivesse sido construído daria agora muito jeito no combate à pandemia, evitando que o Hospital Amadora-Sintra enviasse doentes para longe do concelho, como já teve de fazer com mais de 100 doentes nos últimos dias.
Recorde-se ainda que esta promessa hospitalar começou por ter um orçamento de 29 milhões. Talvez por causa da inflação (o tempo passa e os preços aumentam…) a coisa já encareceu 11 milhões. Se o tempo continuar a passar e o hospital não se fizer, pode ser que chegue a um custo mais “convidativo” para as construtoras e respetivos comissionistas. Nesta lógica, os munícipes de Sintra podem ter a certeza que um dia o hospital será construído. Não se sabe é quando.
O hospital só será contruido quando o “sr”, “promesseiro”, for expulso de Sintra com toda a sua “matilha” de interesses alheios á intituição CMS.
O sr promesseiro tem feito um óptimo trabalho na Câmara. Vozes de burro não chegam aos céus.
Nem só a Câmara tem culpa. Atente-se no caso do novo Hospital do Seixal. Falar é fácil mas apurar os factos é mais difícil.