Fotografias recentes de lobos em estado selvagem no Gerês são a confirmação de que aquele ecossistema tem capacidades para se manter equilibrado. O lobo só sobrevive se tiver alimento suficiente para viver e para se reproduzir. Caso contrário, o animal morre ou parte para outro lado em busca de comida.
Infelizmente, o lobo já quase desapareceu das montanhas portuguesas. Além do Gerês há registo de lobos em várias regiões de Trás-os-Montes e algumas populações mais pequenas e dispersas a sul do rio Douro, mas quase sempre em zonas de fronteira com Espanha e pouco habitadas por humanos.
Quem matou os lobos foram os caçadores, evidentemente. Os pastores também mataram muitos, com medo de que os lobos lhes atacassem os rebanhos. E atacariam, sem dúvida, mas apenas em épocas de grande fome. Porque o lobo prefere presas mais pequenas que cabras ou ovelhas pesadas que não consegue transportar facilmente para a toca. Além de que o lobo prefere manter-se distante do homem. E tem as suas razões para isso.
Hoje é uma espécie protegida por lei e eventuais danos que os lobos causem em rebanhos estão cobertos pela garantia de indemnização dada pelo Estado. Mas a fiscalização é deficiente e muitos caçadores continuam a matar lobos, a tiro ou com armadilhas. E há os atropelamentos que, em algumas regiões, são bastante frequentes.
Voltando ao início do artigo, é bom ver fotografias recentes de lobos em liberdade. Quando a cadeia alimentar natural se mantém há harmonia na Natureza.
As fotografias são de Carlos Pontes e foram publicadas no jornal O Minho.