Lá vamos nós outra vez. Tudo indica que a pandemia está a recrudescer. Hoje há registo de mais 90 mortes relacionadas com a covid-19 e 4.956 novos casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 3.260 pessoas, mais 89 do que ontem e das quais 512 em cuidados intensivos, ou seja, mais duas. Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.286 mortes.
O aumento do número de casos de contágio está a stressar os hospitais, onde neste momento cerca de 70% a 90% da capacidade de internamentos estão ocupados com doentes covid.
Nova variante ainda em estudo
Neste momento existem 417 surtos ativos, dividindo-se entre 55 na região Norte, 25 na região Centro, 284 em Lisboa e Vale do Tejo, 29 no Alentejo e 24 no Algarve. A grande maioria dos surtos localizam-se “em estruturas residenciais para idosos” e alguns em “instituições de saúde”, havendo “menos em escolas”, segundo informações prestadas hoje por Graça Freitas, diretora geral da DGS.
Mas as escolas podem vir a ser um problema sério, por causa da disseminação da nova variante do Sars-CoV-2 que é mais contagioso e que afeta mais os jovens. Graça Freitas disse que as características da nova variante ainda estão a ser estudadas e, portanto, carecem de confirmação, mas “pode haver uma estratégia diferente” para as escolas caso se prove que seja necessário. “Temos sempre de conjugar as duas coisas, a transmissão, ou seja, mais casos, e a gravidade dos mesmos. Como disse há pouco, não há indícios de que esta variante seja mais agressiva”, disse.
Morreu depois de ser vacinada
A vacinação em curso já abrangeu 32 mil pessoas no país, disse ainda Graça Freitas. No entanto, a diretora-geral da Saúde alertou que tal não significa que se deva baixar a guarda, até porque nem todas as pessoas “vão ficar imunizadas” porque a vacina não é 100% eficaz e ainda não há imunidade de grupo. Além do mais, estas 32 mil pessoas ainda só tomaram a 1ª das duas doses da vacina.
Sobre o falecimento da funcionária do IPO do Porto que morreu após receber a vacina da covid-19, Graça Freitas disse que o caso está “em investigação”, sugerindo que “há fenómenos que podem estar temporalmente relacionados, mas não quer dizer que um seja por causa do outro”.