Hoje são 166 mortes e 10.947 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde, dois novos recordes diários.
O número de internamentos voltou a subir de forma significativa. As urgências estão perto do limite como se verificou no Hospital de Torres Vedras. Estão hospitalizadas 4.653 pessoas (+ 93 do que na sexta) e destas 638 (+ 16) estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
É também o nono dia consecutivo que se verifica mais de 100 óbitos e o quarto consecutivo acima dos 10 mil casos. O vírus está espalhado por todas as regiões do país, mas segundo os dados no boletim epidemiológico, 71% dos novos casos registados hoje estão nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte.
Urgências a colapsar
Há imagens a circular pelas redes sociais que mostram filas de ambulâncias nos acessos às urgências dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e Torres vedras. Uma dessas imagens é esta que partilhamos aqui, mesmo se não temos confirmação da data em que foi obtida que, segundo informações que acompanham a fotografia, terá sido a noite passada.
O que se confirma é o ponto de ruptura a que estão a chegar as urgências hospitalares. Alguém devia pedir contas aos que andaram este tempo todo a negar a gravidade da pandemia.
Cenário de guerra, Marcelo tem culpa
A candidata presidencial Ana Gomes voltou hoje a acusar o atual chefe de Estado de ter “minado” uma requisição civil dos privados na saúde, responsabilizando Marcelo por nem todos os meios humanos e físicos estarem a ser aproveitados.
No final de uma visita às instalações do INEM em Coimbra, a candidata admitiu estar preocupada com os números crescentes de casos e óbitos devido à covid-19, e recordou que deve ter sido a primeira candidata a falar na necessidade de requisição civil dos privados e do setor social.
“Foi o professor Marcelo Rebelo de Sousa que, de facto, minou, impediu uma melhor negociação do Estado com os privados”, acusou.
Outro candidato, Tiago Mayan Gonçalves defendeu que o Governo deve recorrer a toda a capacidade de saúde, incluindo a oferta privada e social, numa reação às filas de ambulâncias com doentes covid à porta de hospitais.
“É infelizmente o cenário que vi pré-anunciado na reunião do Infarmed e que se está a verificar. Nós estamos a entrar num cenário de guerra, efetivamente, e é lamentável que tenhamos chegado a este ponto”.
Tiago Mayan Gonçalves disse esperar que esse “cenário de guerra” não se alastre pelo país e afirmou que esta realidade “torna ainda mais urgente envolver toda a capacidade instalado do país na resposta à pandemia”.