A igreja disfarçada

Do lado de fora não dá nas vistas. Quem não conhece, passa e nem repara. É um edifício de traça semelhante a todos os outros da mesma rua. Apenas uma cruz por cima da porta assinala a entrada para uma das mais belas capelas de Portugal.

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Na Baixa de Lisboa há um tesouro histórico, religioso, numa igreja disfarçada num prédio. O número 140 da Rua de S. Julião, onde era a Rua Nova, quando ainda existia o Chafariz dos Cavalos, muito antes do terramoto de 1755.

A igreja da Nossa Senhora da Oliveirinha foi mandada construir há 700 anos por um casal de ricos joalheiros de Guimarães. Arruinou-se, foi erguida e de novo derrubada pelo terramoto de 1755. Voltou a ser refeita no mesmo local, com as paredes forradas com uma vasta colecção de valiosos azulejos.

São painéis da Real Fábrica de Louça do Rato, do final do século XVIII. A Virgem Maria é tema central, desde o seu nascimento, ao casamento, à anunciação e à morte.

Quer se seja ou não crente, a Igreja da Nossa Senhora faz parte de um testemunho teimoso de fé. Foi graças à história de um Cristo redentor que fizémos um caminho que nos deu Rafael, Miguel Ângelo, Van Gogh, Picasso, Klimt, Andy Warhol. E não esqueçamos o belo tecto desta igrejinha. Claro, falamos só do lado bom da história do Jesus, que ralhou muito com doutores do Templo porque não eram rigorosos nos ensinamentos da religião judaica.

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