O Síndroma de Estocolmo

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Temos de ser prudentes com o covid? Temos.  Devemos aceitar medidas objectivas por parte do governo para a prevenção? Claro que sim.

Mas nós, que arriscamos as nossas vidas na estrada, onde morrem centenas de pessoas por ano, além dos incapacitados para a vida, não deixamos de andar de carro, a pé, ou de bicicleta, porque é uma actividade negra para quem se desloca. Cumprimos as regras de trânsito, somos penalizados quando somos apanhados em falta, mesmo em acções baixas por parte da polícia na caça à multa.

Se as mortes, os incapacitados, abrissem os telejornais e fossem o único tema durante hora e meia, o Senhor Costa tomaria logo medidas “dolorosas”: ficam proibidos de transportar a família em períodos de datas com pontes, fins de semana. Iriam passar a reduzir a potência dos carritos, incluir travões automáticos de velocidade, usarem máscaras que ficariam vermelhas com a ingestão de tintol e outras substâncias de felicidade. Passariam a ser obrigados a usarem os excelentes transportes públicos ao dispor, não poderiam mudar de concelho ao volante, e só podiam usar o chaço, ou o carro a pilhas, de quinze em quinze dias, nos meses de 28 dias!

Já nem falaremos de noticiários diários, com especialistas em política, a mostrarem grandes powerpoint com os mortos por cancro ( vítimas do malfadado tabaco anti-verde), por ataques cardíacos e até por velhice natural. Seria bem mais assustador do que naqueles tempos em que a palavra “crise” era citada até à tortura nos inúmeros noticiários, em looping diário. E como a palavra “crise” deixou de ser pronunciada, já não existe.

Agora a covid é o que está a dar, para as audiências mínimas num país micro. A missão dos nossos governantes, eleitos todos por uma baixa votação (os energúmenos que preferem o futebol, novela, à palavra dos partidos, não votam) é serem os nossos pais. Por isso adoramos ditadores.

Protegem-nos, arranjam-nos empregos para a vida no Estado e fundações, em câmaras…tratam de nós, e se estivermos à rasca mandam-nos para o dolce Lay-off. Entre o medo e a esmola, o cidadão prefere mais a esmola, o paternalismo e as medidas absurdas que nos confinam.

O Zé acha que o Costa e o Tio Marcelo os salvam da calamidade dos arautos da desgraça, os inimigos da democracia, assim os protagonistas do Poder dormem descansados. Lixaram a Liberdade, rasgaram a Constituição, congelaram a economia, destruíram negócios de anos, mas nunca ninguém lhes poderá atirar à cara que não foi por não terem tomado medidas duras. O síndroma de Estocolmo existe. E é disso que a sociedade está a padecer.

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