GNR entra em guerra

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A GNR sinalizou mais de 48 mil idosos e viverem sozinhos no País. É um trabalho meritório que merece ser continuado. Mas de nada serve pôr homens a palmilhar vales e serras e depois nada! Ficamos pelas estatísticas.

O número de idosos abandonados à sua sorte é talvez muito superior. Se contarmos com as cidades. Pior ainda se juntarmos os casais de idosos, que se amparam um ao outro.

A GNR é um alento nos montes e casarios do Portugal. Dos que ficaram para trás. Que não puderam abandonar as suas terras. Ou que não foram a salto para  França.

As famílias desfizeram-se no Salazarismo, na transição para a Democracia e nestes últimos anos de euforia. Agora a pandemia foi a machadada fatal. Ninguém os visitará. E eles já não poderão contar as enciclopédias de vida guardadas dentro de si.

Se as casas são frias nas cidades, imagine-se as que foram construídas há décadas na frescura dos campos e serras.

Foi bom a GNR andar a bater às portas pelos cabeços. A senhora Hermínia gosta do cabo Manel e do soldado Gomes. E o tio António fica à fala com o soldado Luís. O próximo passo é deixar que a GNR cuide desta gente. Leve comida e medicamentos. Ofereça telemóveis. Erga uma sólida rede de auxílio a quem ficou esquecido na batalha do suposto progresso. E paguem melhor à GNR para que os idosos não morram de tristeza e de fome. É uma nova guerra. A favor de quem nos deu a vida.

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