O processo de adopção de uma criança em Portugal pode levar 7 anos, ou mais. Uma criança entra num lar com 3 anos e só consegue que o Estado português a deixe sair ao fim de 7 anos. Já com 10 anos, ou mais.
Foi esse o tempo de espera para Joana Amaral Dias, uma conhecida psicóloga. Filha de um famoso psiquiatra Carlos Amaral Dias. Ex-deputada, pessoa de sucesso e méritos reconhecidos. Joana tem mais outros dois filhos. Mas teve de esperar sete anos até poder adoptar uma das 7032 crianças que estão metidas em orfanatos por ordem dos Tribunais portugueses, tal como contou no programa de Tânia Ribas de Oliveira, na RTP.

Se uma família quiser adoptar uma dessas crianças tem de se submeter a anos de espera. E a intervalados questionários. Os candidatos demonstram as qualidades humanas, a situação profissional e até provam, muitas vezes, riqueza suficiente para adoptar 2 ou 3 crianças.
Foi o caso de um casal de Leiria, já com duas filhas, que decidiu adotar dois irmãos. Esperou mais de dois anos. Com interrogatórios e provas muito espaçadas. O casal em causa possui uma grande empresa de exportação e é muito considerado naquela cidade.
A dificuldade na adopção de crianças em Portugal poderá resultar dos 351 lares existentes receberem mais de 1100 euros mês, pelo internamento de cada criança. Curiosamente uma família adoptante recebe 365 euros mês de ajuda social. Nos lares as crianças partilham quartos e almoçam de tabuleiro na mão.
Portugal mantém mais de 90 por cento das crianças em lares por ordem de tribunal. As restantes 10 estão em famílias de acolhimento. A Irlanda tinha uma situação idêntica, mas inverteu nos 3 últimos anos.