Desde 2000 já morreram 15 portugueses em atentados terroristas

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Maria de Lurdes tinha 74 anos e foi com a neta passar uns dias de férias em Barcelona. Planeavam visitar museus, ir à praia, passear por uma cidade lindíssima mas não puderam fazê-lo. Morreram horas depois de terem chegado, vitimas de um atentado terrorista. Em nome do Daesh, extremistas islâmicos atropelaram dezenas de pessoas nas Ramblas com uma carrinha conduzida a alta velocidade.

Uma semana depois, a neta Maria foi cremada em Cascais, a avó enterrada no cemitério de Sintra. Depois disso, outros atentados vitimaram mais pessoas na Europa. As últimas semanas têm sido especialmente sangrentas, com quatro mortos a tiro em Viena de Austria, com um professor francês degolado na porta da escola, em Paris, com três esfaqueados em Nice e, ainda um padre baleado em Lyon.

Os jihadistas fazem uma guerra low-cost mas com grande sacrifício pessoal. Usam automóveis e facas e morrem às mãos da polícia. Mas criam um sentimento de insegurança nas populações e de impotência política nos governantes. Dois ingredientes da receita para a desgraça.

A Europa está a reagir a isto.  A principal responsabilidade na luta contra o terrorismo cabe a cada um dos Estados-Membros, mas agora há diretivas comunitárias para o reforço dos controlos nas fronteiras exteriores do Espaço Schengen, onde os vistos não são necessários para circulação interna.

As novas medidas foram decididas numa cimeira que reuniu o Presidente Macron, a Chanceler Merkel, o líder austríaco Kurz, o Primeiro-ministro holandês Mark Rutte, a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o Presidente do Conselho Europeu, Charle Michel.

Macron disse que a Europa tem sido abusada por “pessoas que procuram entrar por motivos sinistros”. E acrescentou: “toda a falha nas fronteiras externas ou num país-membro é um risco na segurança de todos os estados-membros”.

Segundo a Deutsche Welle, o Presidente do Conselho Europeu Charles Michel defendeu a criação de um organismo europeu para formação de imãs na Europa e assegurar que os seus seguidores não contribuam para a divulgação de uma “ideologia do ódio”. Mas estas medidas têm de valer também para conter a onda crescente de racismo e xenofobia que trespassa a Europa, sob pena de não terem qualquer efeito na contenção dos terroristas islâmicos.

Portugal apoiará, com toda a certeza, qualquer decisão que seja implementada no sentido de reforçar a segurança. O país não tem sido palco de atentados, mas os portugueses têm pago a sua quota parte de vítimas. Os casos de Maria de Lurdes e da neta foram os mais recentes, infelizmente não serão os últimos. Desde o ano 2000 já morreram 15 portugueses vítimas do terrorismo. Cinco estavam nas Torres Gémeas, em Nova Iorque, no 11 de setembro de 2001, um estava em Bali nos atentados de outubro de 2002, outro em Marraquexe em 2011, outro no Mali em 2014, mais outro na Tunísia em 2015, três estavam no Bataclan, em Paris, em 2015, mais um no Burkina Fasso em 2016 e, por último, Maria de Lurdes e a neta.

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