A progressão da pandemia está a afetar toda a gente, das escolas às empresas, dos lares aos hospitais, não há setores que não estejam em estado de emergência como, de resto, está o país. Todos os cidadãos estão a receber avisos nos seus telemóveis que pretendem sensibilizar as pessoas para os mais elementares cuidados a ter para tentar evitar o contágio: uso de máscara, desinfeção das mãos, distanciamento físico, etc.
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Quem tem filhos na escola, seja qual for a idade deles e o nível escolar que frequentem, sabe bem que há casos de contágio em muitas escolas, quem trabalha conhece casos de colegas que estão ou estiveram contaminados. Enfim, nas redes sociais há muitos ecos da pandemia, é fácil tropeçar em casos como o desabafo que “interceptámos” de um seguidor da página Saloia TV do actor Guilherme Leite
Segundo um comunicado divulgado pela Tratolixo em 16 de outubro, a empresa detetou 30 trabalhadores infetados com covid-19. “No final da semana passada, depois de se registarem 3 casos positivos no Ecoparque de Trajouce, a empresa decidiu realizar testes por PCR a todos os colaboradores deste Ecoparque, assim como a todos os colaboradores de outras empresas que prestam serviços neste Ecoparque. Os resultados dos testes apresentaram 30 casos positivos, que entraram de imediato em quarentena”, diz o comunicado da empresa.
O Ecoparque de Trajouce fica em São Domingos de Rana, Cascais, mas a Tratolixo tem instalações nos concelhos de Mafra, Oeiras, Sintra e Cascais. É, aliás, uma empresa intermunicipal, e há trabalhadores que transitam diariamente entre os vários polos da Tratolixo, nomeadamente os que transportam os resíduos para as instalações de Mafra, na Abrunheira, onde se processa o tratamento destes residuos.
Em outubro, segundo o mesmo comunicado, “todos os trabalhadores da Abrunheira (Mafra), que estão ao serviço e que quiseram ser testados, realizaram o teste PCR… (…) … e somente se verificou 1 teste positivo.”
Em 4 de novembro, na sequência do alerta recebido pela Saloia TV no Facebook, solicitamos à Tratolixo um ponto de situação sobre os casos de contágio na empresa. A empresa respondeu-nos, admitindo que “no dia 25 de outubro, foi-nos comunicado que 2 colaboradores de um fornecedor da TRATOLIXO que opera no Ecoparque da Abrunheira tinham testado positivo para a COVID-19. De imediato, as instalações foram desinfectadas durante o fim-de-semana”, garantiu o gabinete de imprensa da Tratolixo no esclarecimento enviado por email.
A empresa diz, ainda, que suporta o custo com os testes covid a todos os trabalhadores e garante que os que tiveram resultados positivos só regressarão ao trabalho depois de terem um teste negativo, embora as mais recentes regras da Direção-Geral de Saúde não obriguem a tanto. Todas as situações existentes na empresa têm sido reportadas às autoridades municipais de saúde. A Tratolixo garante que não existe nenhum foco da pandemia na empresa e que todos os casos surgidos tiveram origem no exterior. No entanto, sabemos que o manuseamento de lixo sempre foi uma atividade de risco para a saúde dos trabalhadores e com o covid-19 esse risco tornou-se exponencial.