Cascais, bairro das Fontaínhas. Hoje mal se podia andar pelos passeios, mas é mais ou menos o mesmo em qualquer dia da semana. Depende mais da hora do que do dia da semana. De manhã e ao fim da tarde, é assim como as fotografias mostram. Muitos carros estacionados em cima dos passeios, alguns de modo a que quem quiser passar terá de ir para o asfalto e correr o risco de ser atropelado.
É evidente que há aqui culpas a repartir entre os moradores, a autarquia e a fiscalização. Os moradores param o carro onde podem e vão para casa, sentam-se no sofá a ver televisão, almoçam ou jantam, dormem até ao dia seguinte, quando voltam a retirar o carro para se deslocarem. A autarquia porque não cria condições para as pessoas poderem estacionar os seus veículos particulares. Os edifícios de habitação foram construídos e licenciados sem garagens. As pessoas precisam dos carros e não os podem levar para debaixo da cama. Estacionam à balda, quem tiver que passar que se lixe. Não é a primeira vez que pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas, invisuais, ou gente que vai carregada de sacos das compras têm dificuldade em passar pelos passeios das Fontaínhas. Por fim, a polícia sabe bem o que aqui se passa e fecha os olhos, talvez a pedido da autarquia ou talvez porque os próprios polícias percebam o drama de quem aqui vive no que diz respeito ao estacionamento.
Mas tem de haver uma solução. Até porque não fazer nada apenas favorece aqueles que têm a obrigação de resolver os problemas dos munícipes. O estacionamento dos automóveis é um problema que tem de ser resolvido, a segurança dos peões é outro problema que tem de ser acautelado, o acesso aos estabelecimentos comerciais é um direito que não pode ser prejudicado, até porque os comerciantes pagam taxas municipais para terem porta aberta.