Portugal subiu na tabela da felicidade mundial. Estamos mais felizes, segundo o World Happiness Report 2019 da ONU. Por causa disso vou telefonar a Rui Brites, um professor universitário muito conceituado nesta matéria melindrosa. Ligo-lhe porque tenho muitas dúvidas.
Portugal conseguiu subir 11 lugares no ranking, fixando-se no 66º lugar da tabela. No topo está Finlândia, a Dinamarca e a Noruega, Islândia, Holanda, Suíça e Suécia. Ou seja a felicidade mora a norte e é fresquinha na temperatura e é forte no sexo e nos afectos, dizem-me vários amigos.
Os sete factores determinantes na medição da felicidade de cada país são a riqueza, os apoios sociais, a expectativa de uma vida saudável, a liberdade para fazer escolhas, a generosidade e percepção de corrupção.
Nós ficámos a meio da tabela e isso intriga-me porque ricos temos poucos. E nos apoios sociais vamos muito mal. A corrupção alimenta as primeiras páginas do diário Correio da Manhã. E de generosidade nem se fala, basta entrar num elevador, abrir uma porta ou ir a uma repartição pública para ver a nossa dificuldade em esboçar um sorriso ou em dizer um “bom dia”. Muito ao contrário do que se passa aqui ao lado com os povos de Espanha.
Há anos, quando fui casado, era frequentemente repreendido pela minha mulher por cumprimentar as pessoas com um “Olá!”. A zanga subia até de tom, quando eu era o primeiro a dizer bom dia no elevador do prédio onde morávamos. Então como é que faço? “Não faças!” Depois disso a coisa só piorou.
E agora vêm dizer que andamos a subir na tabela? Que grande risota. Bom dia e até à próxima crónica.