A falta que o Barradas faz

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Notável, a falta de preparação de pivôs e comentadores no passado dia 2, quando do internamento de Donald Trump. Aquela malta sentiu, de repente, necessidade de montar um circo e foi o que se viu. Genericamente, pivôs e comentadores, gente incapaz para a função.

Só me lembrava do João Carlos Barradas, ex-editor da secção de Internacional da direcção de Informação da SIC. Uma memória prodigiosa, uma verdadeira enciclopédia ambulante. Um portento de cultura, um senhor ao pé desta gente que dirige e convida à ocupação da pantalha. Em 1995, no dia 4 de Novembro, no dia do assassinato do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, pouco antes da hora de almoço, foi enfiado no estúdio onde decorria o Primeiro Jornal e esteve durante 4 horas a debitar informação, fazendo o enquadramento da situação de uma forma certeira e credível. Seria fastidioso multiplicar os exemplos.

Mais tarde, a vida do João Barradas deu uma volta de 360 graus, por via da decisão acobardada de um bando de paus-mandados chefiado por um eunuco. Em 2005 ou 2006, já não consigo precisar, o Luís Marinho recuperou-o como comentador para a Informação da RTP. Um exemplo de clarividência. É certo, porém, já há um bom par de anos, que aos poucos clarividentes se sucedem os “cabeças de merda”. Era assim que o Barradas os chamava. De frente, olhos nos olhos. Mas eles, os “cabeças de merda”, andam por aí. Às paletes.

Ainda na SIC, estreou a semana passada a rubrica “15/25”, da autoria de Conceição Lino, incluída no Jornal da Noite. Excelente, o trabalho de produção, jovens escolhidos a dedo, belíssimas cabeças quando comparadas com o que por aí se vai observando. Estranhei, no entanto, ver a Conceição Lino, em permanência, no lado direito do écran. Este é o lugar reservado aos convidados, independentemente da idade. Se ela não o sabe, devia ser esclarecida pelos muitos repórteres de imagem que participam na rubrica. Tenho muitas dúvidas que tanto ela, que já vai com 28 anos de TV, como os ditos repórteres de imagem, desconheçam esse princípio basilar da televisão. A não ser que o posicionamento dela seja intencional. Aí, então, a coisa seria bem mais grave…

O Telejornal ainda muito dedicado ao crime. Um fartote. Em compensação, o “Sexta às 9” aparenta ter deixado de andar em cima do alemão. Uff!

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