O pior vírus é o do fascismo

0
1409

Os manipuladores da opinião pública da nossa praça, pagos a peso de ouro pelos grandes interesses económicos, querem a todo o custo, com as suas mistificadas explicações, esconder que uma das principais causas das constantes crises com que se debate o actual sistema político e económico, está na crescente desregulamentação da economia mundial, nas políticas que promoveram as privatizações, a livre circulação de capitais e a economia de casino, em detrimento da produção real e das condições de vida dos povos.

Em tempos de pandemia, todos temos bem presente, as teorias recentes dos neoliberais de direita e das suas caixas de ressonância a que chamam comunicação social,  em que defendiam acerrimamente um “estado mínimo” em detrimento de um Estado regulador e operante, onde prevalecessem de forma determinante as “leis do mercado”, fazendo crer que só assim poderia haver desenvolvimento e produção de riqueza …Com a crise financeira, provocada pelos criminosos banqueiros do sistema  e com a falta de carácter e de vergonha que os caracteriza, vieram exigir de imediato em forma de chantagem o apoio desse mesmo Estado, que queriam e de tudo fizeram para que fosse “Mínimo” , inclusive predispuseram-se a serem nacionalizados… imagine-se, o capitalismo a auto-nacionalizar-se, 45 anos pós o 25 de Abril, onde nessa altura sim,  a Banca foi nacionalizada para apoiar o desenvolvimento económico nacional e para estar ao serviço das empresas e do povo e assim contribuir para sedimentação do processo democrático.
Durante o período da crise financeira, a nacionalização que os defensores do capital professaram, nada tinha a ver com as nacionalizações de Abril, era uma outra, bem diferente… o que fizeram por exemplo, com o BPN ou com o BES, foi com que o Estado nacionalizasse apenas os passivos desses bancos, até tiveram a hombridade de num dos casos, para ludibriarem a situação,  criar um banco bom e o banco mau, mas no final, viemos a saber que ambos eram mesmo muito maus para os contribuintes e para o País.

E nós, neste país do faz-de-conta, onde quase dois milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza, perguntamos, por onde foram tantos milhares de milhões ? Porque tem o Estado de apoiar a banca privada criminosa, em substituição dos seus accionistas a quem foram durante as ultimas décadas entregues milhões e milhões em dividendos, muitos deles provenientes das especulações bolsitas e das economias de casino?
Neste país, sem cultura democrática e de profunda  pobreza a todos os níveis, poucos sabem que a grande fatia da crise financeira, provocada pelo próprio sistema capitalista, foi paga pelo “factor trabalho” em mais de 35% e que as grandes riquezas  existentes em Portugal, viram as suas fortunas aumentadas em  mais de14% … quando poucos se perguntam porque raio terá de ser assim e  quando muitos,  pouco se importam que assim seja…está tudo ou quase tudo dito, é o cocktail perfeito para o surgimento dos populismos.

O surgimento da pandemia covid-19, entre muitas outras coisas veio pôr a nu o quão frágil é este sistema de organização política e económica, apesar do Estado já ter enterrado no sistema financeiro mais de 25 mil milhões de euros, o mesmo encontra-se em processo de decadência vertiginosa. Contudo, os efeitos da crise provocada por esta pandemia ainda não se estão a fazer sentir na sua totalidade e já há dezenas de milhares de trabalhadores no desemprego, há dezenas de milhares de famílias a passar por necessidades básicas, há já limitações aos nossos direitos e liberdades e há já, em outras paragens, quem se proponha deixar morrer os idosos em nome da salvaguarda do regime capitalista, acolhendo essa ideia tenebrosa alguns apoios em terras lusas…lembram-se da expressão “peste grisalha”

Perante todo o contexto que se avizinha , temos de ser cépticos, contudo, vigilantes e determinados, para que aquilo que a história da humanidade teve de pior, não se volte a repetir. Nunca será por demais relembrar que após a “peste espanhola” surgirem guerras civis regimes ditatoriais como os de Salazar, Francisco Franco, Benito Mussolini ou Adolf Hitler.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui