A carreira de Jorge Mendes como agente de jogadores de futebol começou com Nuno Espírito Santo, quando o atual treinador do Wolverhampton era guarda-redes num clube português sem notoriedade. Nessa época, Mendes era gerente de uma discoteca que o guarda redes frequentava. Uma noite, de uma conversa saiu a ideia de Mendes negociar a ida de Nuno para outro clube. Foi assim que tudo começou.
Depois seguiram-se muitos outros jogadores, treinadores de futebol, Mendes foi amealhando comissões cada vez mais saborosas e o céu passou a ser o limite. Qual o segredo? O agente passou a adquirir parte do passe dos jogadores e, assim, mantinha poder de decisão sobre a carreira do atleta e aumentava a margem de lucro que já não era só da comissão pela venda mas, também, pela parte que lhe cabia como detentor de parte do passe.
Mais tarde, vieram as alianças com os chineses da Fosun, um grupo financeiro chinês dono de “meio Mundo” em Portugal, desde hospitais, companhias de seguros, bancos e, também, jogadores e clubes de futebol segundo os “mentideros da bola”.
Em Inglaterrra e na Bélgica, por exemplo, já houve investigações para se apurar da validade das acusações dirigidas contra Jorge Mendes pela prática de esquemas que desvirtuam o futebol. As ligações, os esquemas, o enriquecimento desmesurado de Jorge Mendes são alvo de muitas suspeitas, nomeadamente de corrupção, mas até agora o homem tem passado entre os pingos da chuva.
A FIFA proibiu mesmo que agentes de futebol pudessem ser detentores de parte dos passes de jogadores de futebol. A ideia é evitar que esses agentes inflacionem o valor dos jogadores ou privilegiem a compra e venda desses jogadores apenas por serem parte interessada no negócio. A medida prejudicou muito os interesses financeiros de Jorge Mendes e dos seus associados chineses que, depois, engendraram a criação de uma rede de escolas de futebol de camadas jovens a nível global e de compra de clubes de futebol para, assim, serem detentores legais dos passes dos jogadores. A recente transferência do jogador conhecido por Jota do Paços de Ferreira para o Atlético de Madrid será exemplo desse tipo de negócio.
De onde é que estas dicas saíram? Dos email que Rui Pinto “escavou” e que foram publicados pela agência noticiosa Reuters e posteriormente replicados por órgãos de comunicação social em todo o Mundo.
E se muitos se surpreenderam quando Nuno Espírito Santo foi treinar um clube de futebol inglês, depois de ler o que a Reuters publicou, a surpresa morreu.
