A autora das fotografias chama-se Cristina Garcia Rodero, espanhola de renome internacional, pertence à célebre agência de fotografia Magnum que se dedica principalmente ao foto-jornalismo.
São fotografias de pessoas, retratos. Retratos que não são apenas retratos de caras. Através destas fotos conseguimos perceber estados de alma, angústias, ânsias, carinho, esperança… São fotografias que nos mostram pormenores da cultura de um povo que vive longe de nós, mas que, afinal, é tão parecido connosco em tantas coisas.
Através destas fotografias percebem-se usos e costumes, a estética da cultura, a resiliência da pobreza e a resiliência de quem é pobre.
A primeira impressão que nos atinge vem das cores fortes dos cenários, das roupas. Olhamos e ficamos a saber que na India tudo explode em cores vivas, na tristeza e na alegria, na pobreza, na expectativa…
E depois há esta fusão delicada de fotografias de gente de lugares exóticos com o local onde estão expostas. O som das ruas de Cascais, o mar aqui mesmo ao lado e as gaivotas que estão por todo o lado. E interiormente misturamos os sons que escutamos com os sons que a fotógrafa escutou quando estava a enquadrar os planos: os risos, os choros, as conversas, os gritos e os silêncios, que também se fazem ouvir. E fica tudo nesta fusão de imagens e reflexos, como se as imagens passassem a pertencer ao local onde estão expostas. É como se as fotografias das fotografias passassem a ser novas fotografias, o que é verdade.
Uma exposição a não perder, faça sol ou caia chuva, de dia ou de noite, até 30 de setembro.