A TVI da sra. e do sr. Ferreira

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transcrição da crónica:

A TVI precisava de dinheiro fresco, à falta de um grande comprador decidiu vender-se às fatias… e é aqui que entra a sócia Cristina Ferreira.

Os novos acionistas da Media Capital, dona da TVI, tomam conta de cerca de 44% do capital da empresa, mas os espanhóis da Prisa ainda estão a vender o que sobra da parte deles ainda não se sabe a quem.

Pelo que li sobre isto, há de tudo nos novos acionistas da Media Capital, desde empresas de construção civil, hotelaria, comercialização de máquinas, importação e exportação, textil, por aí fora… a Cristina Ferreira, segundo as notícias, comprou um pouco mais de 2 milhões de ações, o que equivale a cerca de 3 por cento da Media Capital. É portanto uma pequena acionista.

Na verdade, a Prisa quer vender tudo o que tem, pulveriza as suas ações em fatias mais ou menos grossas consoante a vontade do cliente e diz adeus à TVI…

Agora, é provavel que o empresário Mário Ferreira seja o maior acionista da TVI… este empresário é dono de uma empresa de cruzeiros no rio Douro e já em maio passado tinha comprado 30% à Prisa.

De fora disto tudo ficou a Cofina.

Curiosamente, não é a primeira vez que acontece uma coisa semelhante na TVI… ou, melhor dizendo, não sendo semelhante, isto faz-me lembrar um estratagema usado pela TVI no ano 2000 quando à beira da falência a TVI decidiu arriscar tudo na compra do Big Brother, o reality show que mudou o panorama televisivo português.

Os direitos do Big Brother custavam 1 milhão de euros, foi oferecido primeiro à SIC, o Balsemão não quis gastar o dinheiro porque sabia que a TVI não tinha… pensou que não precisava de gastar 1 milhão para manter a SIC na liderança…

Acontece que na TVI trabalhava um diretor comercial chamado Rui Rodrigues que teve a brilhante ideia de reunir um sindicato de anunciantes do canal e propor-lhes a compra do produto, cada um entrava com 100 mil euros e, portanto, o Big Brother foi patrocinado por 10 desses anunciantes que juntos reuniram o milhão de euros necessário…

Este Rui Rodrigues foi depois, mais tarde, trabalhar para a RTP, agora não sei por onde andará, talvez tenha apanhado um avião para qualquer parte do Mundo…

O que interessa aqui realçar foi o efeito que o Big Brother provocou no mercado publicitário televisivo… a TVI passou para a frente e só agora, quase 20 anos depois, a SIC conseguiu reconquistar uma parte do mercado publicitário perdido… foram 20 anos a perder, custou-lhes muito mais do que 1 milhão de euros… e ainda dizem que o Balsemão é um grande gestor…

Agora a história repete-se, em parte… um grupo de acionistas, provavelmente já seriam anunciantes no canal, toma conta da empresa, gente de fora do meio mas que vêm dar um novo fôlego à TVI. A ver vamos porque não são eles que mandam nas questões editoriais do canal, mas certamente saberão escolher a administração certa, que saberá escolher os diretores certos, que são (em princípio) pessoas altamente especializadas, cada um na sua área, o diretor de programas, o diretor de informação, o diretor comercial, o diretor financeiro, convém que esses saibam da poda, que consigam gerir bem o dinheiro que os acionistas põem na empresa. Vamos ver se se repetem os efeitos ganhadores conseguidos pelo tal diretor comercial do ano 2000… e aí já tenho algumas dúvidas, mas vamos ver…

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