Na mais pura manifestação populista e demagógica vêm agora berrar aos sete ventos, exigindo a demissão da ministra do Trabalho e da Segurança Social, acusando o Estado de negligência, contudo, esses que assim berram, ignoram propositadamente o facto de que a maioria destas instituições pertencem entidades privadas, designadamente IPSS e/ou misericórdias.
Apesar de serem instituições privadas e de receberem elevadíssimas transferências do orçamento da Segurança Social, apoderam-se de forma escandalosa e criminosa, de todos pertences, bens móveis e imóveis, expropriando os legítimos herdeiros e exigindo o pagamento de mensalidades na ordem dos 800, 900 euros, para se disponibilizarem a acolherem nessas instituições os idosos.
E o que verificamos depois nessas instituições? Uma brutal exploração dos seus trabalhadores, reduzidos ao mínimo dos mínimos, com cargas horárias em muitos casos superior a 16 horas, baixos salários e deficientes qualificações geriátricas .
Tudo isto, com um único objectivo O LUCRO.
É verdade que o Estado falhou, mas não foi agora no período “Sars Cov2”, foi muito antes. Falhou quando se desresponsabilizou de garantir a protecção social , nomeadamente à terceira idade , conforme prevê a CRP. Falhou quando pôs essa sua obrigação nas mãos dos privados, financiando-o com dezenas de milhões de euros anuais e tornando esse sector um negócio amplamente apetecível…
Aqueles que agora berram, por causa das deficiências deste sector social, só pode ser por mera hipocrisia, porque na sua grande maioria foram apologistas da privatização deste “terceiro sector”social.
O Direito que todos nós temos em envelhecer com dignidade, só faz sentido se envelhecermos com direitos.