A esta hora, a rua de Inglaterra no Estoril já deve estar a ser patrulhada por vários paparazzi em busca da menor evidência de que está alguém na Vila Giralda, a residência da família Bourbon, a família do Rei de Espanha. O menor movimento nos cortinados da habitação pode ser sinal de que o Rei emérito está ali.
Foi ali que viveram quando estiveram exilados durante o tempo do franquismo, foi ali que morreu um dos irmãos de Juan carlos em circunstâncias estranhas e nunca seriamente investigadas e, se Juan Carlos vier para Portugal, será certamente ali que irá poisar.
No Estoril e em Cascais moram não só recordações, boas e más, mas moram ainda alguns amigos que o tempo ainda não enterrou, como é o caso do velho Balsemão. Mas haverá outros.
Acontece que se Juan Carlos pretende estar longe do longo braço da justiça espanhola, estar no Estoril não é longe suficiente. Também não sabemos se haverá algum lugar no Mundo onde seja possível estar a salvo dos problemas que lhe trouxeram os 100 milhões de dólares que recebeu do Rei da Arábia Saudita, num caso real em que Rei corrompe Rei.
