A extrema-direita racista está a esticar a corda, como quem tem pressa em ir parar à cadeia. É inevitável que isso venha a acontecer, pelo caminho que está a ser tomado. Mas, supõe-se, que seja uma opção do grupo e de cada um dos seus membros individualmente. Sim, porque não devem ser tão ingénuos que acreditem que se pode continuar a ameaçar cidadãos e a espalhar o terror impunemente.
Não sei se foi a gota de água, mas há de estar lá perto, o email enviado por um grupo autodenominado “Nova Resistência Nacional” onde se dá 48 horas para que saiam do país a três deputadas nacionais e ativistas da organização SOS Racismo.
“Nova Resistência Nacional” é um movimento anónimo, mas é o mesmo que no passado sábado se manifestou em frente à sede da SOS Racismo de caras tapadas por máscaras brancas e tochas na mão semeando o terror. Estes atos públicos são aquilo a que se chama prova de vida, estão a dar-se a conhecer, a mostrar aos outros fascistas que são mais valentões que eles, essa é a principal intenção. Mas é evidente que a partir destes atos, se quiserem ser consequentes e coerentes com o que dizem, os próximos serão de violência e é isso que o Estado não pode tolerar.
Com três deputadas diretamente visadas pelas ameaças deste grupo, o Presidente da Assembleia da República não poderia deixar de tomar uma posição. Ferro Rodrigues garantiu que o Estado já está a agir: “conforme é público, já está a ser investigada por parte das autoridades judiciárias”.
Na ameaça assinada pela “Nova Resistência Nacional” refere-se que se o prazo for ultrapassado “medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português”, e que “o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista”.
Esperemos que neste reerguer comecem a mostrar a cara, para os conhecermos melhor.