Filipa e Mário são outro exemplo de resistência às adversidades. Num tempo em que quase só as más noticias fazem os títulos da comunicação social, a Filipa e o Mário recusam-se a entrar na onda pessimista.
Eles sabem que as pessoas vivem com medo e também perceberam que é a existência de estabelecimentos como o deles que evita que as pessoas tenham de sair do meio onde se conseguem resguardar melhor.
Os pequenos restaurantes de bairros, vilas e aldeias, beneficiam dessa proximidade com as pessoas. Da confiança entre vizinhos. São pilares deste tipo de comunidades. É a vantagem do comércio local, algo que os hipermercados jamais conseguirão vender: amizade.
Durante o confinamento, a inspeção apenas uma vez verificou se estavam a respeitar todas as normas decretadas. Foi apenas requerido aos gerentes, bem como aos clientes, um sentido de responsabilidade de modo a não correr riscos desnecessários. Foi cumprido à risca, na porta colaram um papel que informava o seguinte:
“Boa tarde amigos e clientes, têm vindo várias pessoas perguntar se vamos fechar, espero que não. Por enquanto estamos cá para vos servir da mesma forma com amor e carinho. Só se nos deixarem de fornecer produto é que aí não há nada a fazer.
Temos planos de contingência como luvas, líquido desinfetante e só é permitido uma pessoa dentro da loja. Esperamos por vocês e que este vírus maluco vá embora depressa.
Obrigada a todos pela compreensão.
A Gerência.”