Câmara quer prédio Coutinho em Lisboa

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Lisboa quer “comprar” o famigerado prédio Coutinho a Viana do Castelo para o meter na Avenida Almirante Reis. Em Viana dos Castelo é um mamarracho, em Lisboa vai ficar lindo.

O edifício está projectado para 16 andares e mais de 60 metros de altura, no quarteirão da Cervejaria Portugália. O arquitecto Manuel Salgado surge, nos rumores do projecto, como o seu grande defensor. Salgado tem sido o braço direito de Medina.

A população está revoltada e tem feito tudo para manter a altura máxima de 8 andares que caracteriza a zona. Mas a Câmara insiste numa nova centralidade. Ou seja, argumenta que um mono de 60 metros haverá de trazer vida a uma zona da cidade de onde, há meses, enxotou os moradores, em nome do turismo de mochila.

Lisboa, capital de Portugal, tem agora 500 mil habitantes, que é o número somado da população da Amadora e de Oeiras, que se tornaram municípios apelativos. Mas a Câmara de Lisboa julga que uma nova versão pindérica das Amoreiras poderá trazer mais movimento a uma cidade que envelheceu por culpa da especulação imobiliária. A Câmara não se opôs, assobiou para o ar, nem se envergonhou com o  “Caso Robles”, em que overeador do Bloco de Esquerda pichava paredes contra o Alojamento Local selvagem e por detrás fazia o contrário, tornando-se milionário.

A ideia de aumentar a densidade populacional é absurda, ainda mais agora com a necessidade do afastamento físico por causa do Covid 19 e dos futuros vírus que já todos antevêem.

Falou-se muito da saída de Manuel Salgado da Câmara Municipal de Lisboa para se dedicar de novo à sua lojinha ao lado do Teatro A Barraca, em Santos.

Mas a questão do “prédio Coutinho” da Avenida Almirante Reis não está encerrada em definitivo. Seria bom que o presidente Fernando Medina se pronunciasse de forma muito clara sobre anulação deste projecto apoiado pela Câmara.

A não ser que queiramos transformar Lisboa numa capital tipo América, uma cidade sufocada por paredes de betão. Cidades todas iguais, à excepção dos seus centros históricos. Com engarrafamentos de trânsito catastróficos. Antros de especulação imobiliária onde se vive apenas para pagar a casa e o popó maldito.

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