Bipolaridades

cartoon de Hélder Dias

Durante a entrevista, on the record, o primeiro-ministro disse que que iria esperar pelo relatório emitido pela Inspeção-Geral da Saúde. Foi o que apareceu transcrito na entrevista que o Expresso publicou.

Em off the record, depois da entrevista ter terminado, António Costa abdicou da postura de governante e disse que esses médicos eram “cobardes”. A frase gravada à socapa é  “o presidente da ARS mandou para lá os médicos fazerem o que lhes competia. E os gajos, cobardes, não fizeram”.

No dia seguinte, após uma reunião com a Ordem dos Médicos, o primeiro-ministro disse para todas as televisões que o quiseram transmitir, que apreciava inequivocamente o trabalho prestado pelos médicos, mas sem deixar de referir “que não podemos nunca confundir a árvore com as florestas, seja nos lares, seja a atuação de um médico, seja nos lares. Em relação a casos concretos, as autoridades competentes apurarão com a informação que já esta disponível”, reafirmou António Costa.

Na ocasião, o bastonário não teve oportunidade para reagir, ou não o quis fazer, mas pouco depois enviava uma carta a 55 mil médicos onde escreveu que Costa, ao contrário do que terá dito na reunião, em público “não relevou a mensagem de retratamento da mesma forma enfática que aconteceu na reunião”.

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