Racismo

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transcrição do vídeo:

Quando me disserem que não há racismo em Portugal, expliquem-me porque razão o Bruno Candé foi fuzilado na via pública em Moscavide ou o Luís Giovanni foi linchado na via pública em Bragança.

Os senhores que há tempos se passearam por Lisboa a jurar a pés juntos que Portugal não é um país racista, têm de falar de novo agora. E não são os únicos a precisar de se retratarem, há outros políticos do “arco” da Democracia que alinham na mesma tese, por exemplo,  também o Rui Rio alinha nessa tese de que não há racismo em Portugal e agora cala-se a ver se ninguém se lembra dele.

Em Bragança, o africano que foi morto à paulada e a pontapé era estudante universitário. Era um jovem com Mundo, tinha sonhos fáceis de realizar, bastava que o tivessem deixado viver.

Em Moscavide, o africano fuzilado com 4 tiros à queima roupa era ator de teatro, era intérprete de sonhos, leitor de livros, “era um incansável contador de histórias” – dizem dele os amigos, era pai de 3 filhos muito pequenos, companheiro de um cão amigo.

Dos matadores não quero saber, tenho vergonha deles, tenho raiva deles, quero mesmo que apodreçam na cadeia, que a Justiça lhes seja pesada e se, por acaso, a Justiça falhar, acho que corremos o sério risco de que haja quem queira fazer justiça pelas próprias mãos. Também por isso, a Justiça não pode falhar. Os vivos precisam de viver em paz, os mortos precisam de sossegar a alma.

Mas não haverá paz nem sossego sem Justiça. Não há lugar a perdão para estes crimes. Não haverá perdão sem que antes se faça justiça.

Vejam só: não quero saber de justificações para atos que são injustificáveis, não quero saber se antes houve alguma quezília entre as partes, se o velho tropeçou no cão ou se alguém se encostou à namorada de alguém, porque nada justifica a morte por motivos fúteis, não quero saber se um era velho e senil ou se os outros eram jovens alcoolizados, quero apenas que quem matou seja condenado. Condenado a penas longas e pesadas e que sofram muito na cadeia. É isso que eu quero.

O velho que disparou a pistola ou os jovens que bateram com paus e botas cardadas são a prova provada do racismo que está disseminado na sociedade, são o fruto de um ódio que está a ser fomentado, alimentado, justificado, por quem faz campanhas políticas a negar que o racismo existe, que é uma forma de proteger os racistas e de lhes dar ânimo para atos deste calibre… e estão pessoas a morrer à conta dessa táctica política.

Talvez não fosse má ideia o Governo tomar atenção ao que se está a preparar por aí, no bas-fond da política.

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