O baixo número de jornais vendidos por dia em Portugal é assustador. E parte da culpa cabe aos jornalistas que continuam a fazer “jornalismo de precaução”.
A expressão é de Baptista Bastos, nos seus últimos anos de vida, já longe dos tempos do Diário Popular, onde Pinto Balsemão também se sentou com Nuno Rocha.
Os jornalistas foram perdendo a opinião nos textos e o resultado transparece agora com mais evidência nos noticiários das TVs: são muito semelhantes.
A prática do jornalismo não deve ser isenta, mas tem de ser rigorosa e honesta. Os jornalistas têm o dever de ser corajosos. Baptista Bastos soube bem o custo dessa verticalidade. Aos 55 anos perdeu o emprego e foi Balsemão que lhe deu a mão para ele perguntar na SIC: “onde é que estava no 25 de Abril?”
A pergunta pode ser agora actualizada: onde é que estão os jornalistas que não temem ser dispensados?