O Google está a ferir de morte os jornais e revistas em Portugal, por causa das borlas. Antes do Google a leitura já era pouca. Mas Lisboa estava compactada.
Agora, para vender meia dúzia de jornais, é necessário deixar dois ou três exemplares em centenas de tabacarias e quiosques espalhados de Cascais a Vila Franca, de Bucelas a Setúbal, que é o tamanho de Grande Lisboa. No Porto é a mesma coisa.
Mas a culpa não é só do Google, é dos portugueses que adoram borlas e detestam ler mais de dez linhas. Por causa disso, os jornais passaram a anexar brindes de todo o género e feitio: miniaturas, talheres, discos.
Sem leitores, os jornais morrem. E morre parte do Estado Democrático de Direito. Dia-a-dia, centenas de leitores fogem e milhares definham em todos os sentidos. Vão-se cansando de ler, quando afinal a leitura é o caminho para o bem-estar social e up-grade dos filhos para mais trabalho e um País livre. Já as TVs promovem concertos de borla por várias terras.
Esta calamidade ensombra o nosso futuro. E não se percebe onde está a Autoridade da Concorrência. As autoridades permitem que a uma multinacional seja desleal e enriqueça, sugando o trabalho dos jornalistas e prejudicando os cidadãos.