Portugal regista hoje mais 11 mortos devido à doença covid-19 do que na quinta-feira e mais 374 infetados, dos quais 300 na Região de Lisboa e Vale do Tejo, divulgou a Direção-Geral da Saúde.
Os números parecem indicar um agravamento da situação da pandemia na regiºao de Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo o boletim epidemiológico diário da DGS, o número de mortos relacionados com esta doença respiratória infecciosa totalizou hoje 1.598, enquanto os casos de infeção confirmados desde o início da pandemia no país somam 43.156.
O número de pessoas que recuperaram da infeção causada por um novo coronavírus subiu hoje para 28.424 (+327).
O relatório foi divulgado muito mais tarde que o habitual e até às 23 horas de sexta-feira, dia 3, os números por município não foram atualizados no site da Direção Geral de Saúde.
Na conferência de imprensa, a ministra da Saúde reconheceu haver discrepâncias nos dados recolhidos pela Direção Geral de Saúde e falou num montante de 200 casos positivos que surgiram agora, alegadamente na sequência de uma recontagem dos números recolhidos. Disse a ministra que estão a tentar perceber se esses 200 casos já tinham ou não sido incluídos nos números divulgados. Confusos? Nós estamos.
Falta de rigor nos números que nos apresentam
Já estavamos, antes disto estar a acontecer. Por exemplo, no município do Porto há perto de um mês que não há um único caso de novo contágio. Nem um. Mas não é isso que acontece nos municípios circundantes ao Porto nem é isso que acontece no resto do país. É como se o Porto tivesse ganho imunidade em relação ao covid-19, o que não é possível, como se sabe.
Duas Linhas contactou uma fonte hospitalar na cidade do Porto que, sob anonimato, relatou o seguinte: “Não pretendo nenhuma polémica. Pretendo somente fazer uma chamada de atenção para a falta de rigor dos números que todos os dias nos apresentam. No período a que se referem houve no meu hospital, que não é o único que recebe utentes dessas áreas, vários diagnósticos efetuados de covid no concelho do Porto, como também de resto em Gondomar e na Maia por exemplo, pelo que a mensagem que se está a passar, ao ser errónea, poderá induzir também algum laxismo da população em termos de medidas de proteção. Uma forma simples de corroborar esta informação seria naturalmente questionar os delegados de saúde dos ACES Porto Oriental e Porto Ocidental no que ao concelho do Porto diz respeito.”
Fica a dica para os jornalistas sediados no Porto.