Basílio Horta diz que vai processar os vereadores Marco Almeida e Andreia Bernardo.Trata-se, aliás, de uma decisão votada por maioria na reunião do executivo camarário sintrense que decorreu a 7 de julho.
Basílio Horta diz ter ficado ofendido quando leu um comunicado assinado pelos dois vereadores da oposição onde se denuncia o facto de haver um caso de covid-19 no Gabinete de Apoio ao Munícipe.
O comunicado foi divulgado a 30 de junho, três dias depois do caso de contágio ter sido detetado. Nesses três dias, dizem os vereadores, a Câmara Municipal de Sintra não agiu no sentido de proteger os restantes funcionários e os munícipes que se dirigem aos serviços camarários.
Num comunicado de contra-ataque, a Câmara diz que 24 horas depois do teste positivo (dia 28 de junho) “foram dadas orientações para todos os funcionários, das instalações de Sintra do Gabinete de Apoio ao Munícipe realizarem o teste de rastreio. Nesse mesmo dia foi realizada a desinfeção do edifício”.
No movimento seguinte, os vereadores dizem “que apenas a denúncia da situação forçou a atuação tardia e irresponsável da autarquia”.
Sem se dar por vencido, Basílio leva a reunião de Câmara a Proposta nº 482-P/2020 (subscrita pelo próprio presidente da Câmara) para “aprovar participação/denúncia a apresentar junto do Ministério Público por factos expostos em comunicado…”, proposta que, evidentemente, foi aprovada pela maioria socialista na vereação.
Marco e Andreia acusam Basílio de tentativa de amordaçar a “liberdade política dos vereadores”. E não retiram uma vírgula ao que disseram: “… os fundamentos da queixa crime em nada contrariam a veracidade dos factos subjacentes à nota que os vereadores do PSD partilharam com a comunicação social sobre o caso de uma funcionária infetada no serviço municipal Gabinete de Apoio ao Munícipe, e cuja identidade nunca foi revelada: havia de facto uma funcionária infetada; o serviço não foi encerrado e os cerca de 30 colaboradores daquele serviço apenas realizaram o teste dias depois de se ter conhecido a existência de uma colaboradora infetada.”
Em política, aquilo que parece é. Os quatro dias que mediaram entre a funcionária ter revelado que tinha sintomas suspeitos, ter testado positivo e os restantes funcionários terem sido testados, revelam lentidão na reação o que pode ser entendido como negligência, apesar da Câmara Municipal se justificar com o facto de ter havido um fim-de-semana e um feriado de permeio. Mas sabemos que em tempos de pandemia não há feriados para ninguém, além de que normalmente o SNS funciona 24 horas por dia e 7 dias da semana. Nenhum dos outros funcionários testados deram positivo para o covid-19, mas se não tivesse sido assim, agora teríamos provavelmente um foco difícil de controlar com origem no Gabinete de Apoio ao Munícipe na CMS.
Em política, aquilo que parece é. E o que parece é ter havido preocupação e susto a que os vereadores da oposição deram voz, tornando o caso público.
No fim da história, a queixa-crime pode nunca chegar a dar entrada no Tribunal de Sintra. As jogadas psicológicas fazem parte da política e o velho Basílio frequentou várias escolas da política, desde o Estado Novo, passando pelo CDS até às “universidades de verão” do PS. Ele sabe bem que dificilmente um ato político tem consequências criminais.
O “sr” dom “basilio” é assim: quando ñ tem razão, e, como ñ aceita oposição, faz birra e exercece pressão. Embora já tenha passado pelas diversas escolas referidas no texto, ele já nasceu assim e está velho e caduco para mudar. Como diz o ditado, “burro velho ñ se ajusta a carga nova”.