É uma má notícia a compra de 8 mil assinaturas anuais de jornais portugueses pelo grupo Fidelidade.
Os jornais devem viver dos seus leitores. Os leitores optam pelos jornais que mais gostam.
A livre opinião e o poder económico nunca se deram bem. E essas 8 mil assinaturas podem sair caras aos leitores e aos jornais.
Ainda me lembro quando, de um dia para o outro, deixou de se ler notícias sobre os aparatosos acidentes com os autocarros laranjas da Carris, que substituíram os ronceiros verdinhos e brancos.
Os motoristas não estavam habituados à potência dos autocarros Volvo e… zás!
Um certo dia, um papa do jornalismo desceu à Redacção, numa cave de Lisboa e disse: “em Lisboa já não existem autocarros laranja e nunca mais vai haver acidentes com autocarros. Perceberam? Está dito”.
E assim foi. A Administração na semana seguinte deixou os saudosos Renaults 4L e passou a andar de popó topo-de-gama com motorista.
Esse foi um primeiro passo para a morte anunciada da Imprensa em Portugal: a liberdade trocada por quatro popós.