Em Lisboa, quatro toureiros acorrentaram-se ao portão do Campo Pequeno, em protesto contra a falta de apoio do governo à atividade tauromáquica. Acorrentaram-se a um portão que não abre e estão todos de máscara, pelo que esperam estar, assim, a não incomodar ninguém e a cumprir com as orientações gerais da DGS quanto a medidas preventivas para evitar o contágio de covid-19.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, autorizou o regresso de todas as atividades culturais, à exceção da tauromaquia. Talvez os toureiros não se importam de fazer faenas à porta fechada, que é o que vai acontecer com outros espetáculos que atraem habitualmente multidões, casos dos jogos de futebol, por exemplo.
Através de um comunicado enviado aos jornalistas, Hélder Milheiro, secretário-geral da organização taurina Pró-toiro, critica o Governo e realça que os agentes da tauromaquia só podem “interpretar esta situação como forma de censura e discriminação, o que é inaceitável em pleno século XXI”.
Mas há cada vez mais pessoas a achar estranho que em pleno século XXI persistam espetáculos onde se torturam animais e estes compreendem e até aplaudem a decisão do governo que foi, de resto, confirmada na Assembleia da República pelo primeiro-ministro num dos últimos debates quinzenais com a oposição.
À semelhança do que acontece um pouco por todos os setores de atividades profissionais, a PróToiro garante que há “artistas” e famílias a passar dificuldades, e acusam o governo de desprezar o sofrimento destes trabalhadores.
No meio desta pequena polémica, os defensores da vida animal dizem que os aficionados desprezam o sofrimento dos animais que torturam na arena e dizem que está na hora dos toureiros se reciclarem em termos profissionais e só têm pena que os cidadãos em protesto não fiquem ali eternamente acorrentados como medida de distanciamento em relação aos animais.
nota: o autor deste texto é a favor da abolição das touradas