Hoje é um sítio “fino”, frequentado por turistas (quando há…) e pelos yuppies que trabalham em ministérios, funcionários bancários, negociantes de alguma coisa. O café-restaurante Martinho da Arcada é o restaurante mais antigo de Portugal, embora quando abriu portas em 1778 não fosse para vender refeições, era apenas uma “modesta loja de bebidas, onde também, se pode adquirir gelo” tal qual vem no site do Martinho da Arcada. O local era mais conhecido pela “casa da neve”, por vender gelo.
Com o tempo foi mudando de nome: “Café do Comércio”, “Café dos Jacobinos”, “Café da Neve”, “Café da Arcada do Terreiro do Paço” e só em 1829 lhe deram o nome “Café Martinho e 16 anos mais tarde ficou definitivamente Café Martinho da Arcada, designação que perdurará até aos dias de hoje”, consta na resenha histórica da casa comercial.
Muita gente famosa passou por lá ao longo de quase 200 anos, mas Fernando Pessoa tornou-se numa espécie de símbolo do Martinho da Arcada e a fotografia que lhe foi feita à porta do café ajudou a perpetuar essa ligação. A aura de Pessoa inspirou várias tertúlias literárias que já se realizaram no Martinho da Arcada, a gerência do estabelecimento promoveu homenagens a Eduardo Lourenço, José Saramago, Júlio Pomar, Manoel de Oliveira e Ruy de Carvalho, atribuindo-lhes mesas com os, seus nomes.
Na história rara e longa deste estabelecimento comercial figuram personalidades bem conhecidas da política, cultura, das artes portuguesas, desde Amália Rodrigues a Siza Vieira, de Mário Soares a Álvaro Cunhal, de Manoel de Oliveira a Carlos do Carmo, de Eduardo Lourenço a Ruy de Carvalho, entre outros.