No início da pandemia, quando nos foi dito que o novo coronavírus era proveniente de animais selvagens que estavam a ser consumidos pelo homem, no caso morcegos que fazem parte da dieta mais exótica dos chineses, foi-nos dito, também, que tínhamos de mudar de estilo de vida, passar a consumir menos, respeitar mais a natureza, e tudo isso soou bem aos nossos ouvidos e ficámos à espera de ver o que os políticos decidem…
Mas até agora, e a pandemia começou já em janeiro, passados 7 meses, em que a economia paralisou durante três meses, não vimos acontecer nada… passou pouco tempo, talvez, para adaptar o sistema produtivo, a indústria mundial, o comércio internacional, a um novo modelo mais amigo da natureza leva tempo e não se faz em 3 meses, dirão vocês…
E eu digo que sim, não se consegue mudar grande coisa em três meses, mas o problema é que o discurso político não indicia vontade alguma de mudar seja o que for… o discurso político fala em retoma da produtividade, dos níveis de consumo, recuperação económica… havia pressa em reabrir as catedrais do consumo, em retomar a produção industrial e assim foi feito, na China ou aqui, tudo está a voltar ao antigo normal… o novo normal resume-se a usar máscara onde é obrigatório usar, pouco mais…
O Mundo inteiro reza por uma vacina para o covid-19, essencialmente porque é preciso manter as multidões de consumidores a agir como manadas – para onde vai um vão todos – porque só assim se salvarão da falência as fábricas que exploram trabalhadores por esse mundo fora…
Mesmo crianças…
Quem explora não tem coração…
Mas como nada mudou, nada mudou e o covid-19 continua aí, está a renovar-se, contra-ataca novamente na China onde já há centenas de novos casos de infeção, isto sem falar nos números imensos de mortes e doentes em países governados por psicopatas…
Politicamente, a solução mais à mão é decretar confinamentos. A Europa comunitária prepara-se para aprovar um plano de reforço da vigilância nas fronteiras externas e na expulsão de migrantes ilegais, a Europa auto confina-se, rejeita os que a procuram mas não rejeita o vírus que vem da China ou da América. E depois há os confinamentos internos, países que não querem ser visitados por nacionais de outros países europeus. A maioria dos parceiros da comunidade europeia não quer receber portugueses, por exemplo, e depois temos os confinamentos ainda mais finos, em que achamos que a solução é confinar ciganos ou jamaicanos porque são pobres e não lavam as mãos, dizem os preconceituosos. E depois temos aqueles que querem confinar ruas, ou prédios, como é o caso do presidente da câmara de Sintra…
(excerto de declarações de Basílio Horta)
O caminho que parece ser mais fácil nem sempre é o que nos leva a bom destino…