A Amadora não é só nem apenas a cidade onde se realiza o célebre Festival Internacional de Banda Desenhada. Talvez a principal caracteristica da cidade seja a quantidade de murais que tem espalhados um pouco por todo o lado. É verdae que uma parte desses murais são dedicados à banda desenhada como forma de expressão e comunicação, mas muitos outros são obras primas, algumas assinadas por grandes artistas urbanos. Na Amadora há mais de uma centena desses murais.
É assim que a cidade se tornou numa referência nesse meio cultural, que não é um meio de grandes massas, embora a BD e a arte urbana tenham cada vez mais adeptos na população jovem.
Os murais da Amadora surgiram, quase todos, à volta de um projeto de expressão artística no espaço público denominado “Conversas na Rua”, uma iniciativa da Câmara Municipal.
É assim que pelas ruas da Amadora encontramos obras de artistas como Odeith, Akacorleone, Vile e Smile. São graffitis? São, é verdade, mas isso não diminui a qualidade artística e plástica que evidenciam. É arte em estado puro ao alcance do olhar de todos. É a mais pura arte democrática, digamos assim. E que bom seria se, em alguns destes murais, fosse possível ter um som ambiente musical, não acham?
E quando olhamos para um mural não podemos garantir que ele vá lá estar para sempre. Está exposto ao desgaste do tempo, da chuva e do calor, e ao desgaste do vandalismo também. Além disso, no espaço público, não há propriamente lugares reservados para ninguém e pode acontecer que outro artista pinte outra coisa sobre a primeira. Uma das características maiores da arte urbana é a sua efemeridade e a facilidade com que pode ser substituída por uma outra obra, de um outro artista. É a renovação em todo o seu esplendor. Quem quer ver a ”Mona Lisa” para sempre?
Ficam, então, convidados a dar uma volta pelas fotos que aqui deixamos e, quando apetecer passear, experimentem as ruas da Amadora, sem preconceito nem atrofias. Não se vão arrepender.