O regresso das competições de futebol profissional não trouxe nada de novo. A bola continua redonda, são na mesma onze contra onze e as claques continuam a ser um feudo de marginais.
Quem ataca outros à pedrada comete um crime. Eu diria que é tentativa de homicídio. Com dolo, porque não se tratou de um impulso do momento. Quem atacou o autocarro do Benfica esperou, teve tempo de pensar naquilo que ia fazer e se fez foi porque era mesmo aquilo que queria ter feito.
Há um jogador com estilhaços de vidro num olho. Podia ter ficado cego. Uma pedrada na cabeça pode matar. Há tipos que são completamente malucos mas não são inimputáveis, não podem continuar sem castigo, este tipo de bullying é inaceitável, os clubes perdem mais do que ganham com claques desordeiras e com instintos assassinos.
O Sporting já teve o seu episódio tristemente célebre. Alcochete foi um aviso do que pode vir aí, seja em que clube for. O facto de muitos dos invasores de Alcochete não terem sido condenados não significa que o episódio de Alcochete não existiu.
O que aconteceu agora depois do jogo do Benfica com o Tondela devia merecer outra reação da direção do clube que um comunicado de circunstância, recebido nos órgãos de comunicação social, a dizer que se repudia o acontecido e que se vai colaborar com as autoridades. Cumprir “mínimos olímpicos” não é suficiente, em situações deste calibre.
A notícia do apedrejamento vem na capa de todos os jornais hoje, o site do clube publicou um curto comunicado a censurar o sucedido. Sabe a pouco, já vimos isto acontecer, fica sempre tudo na mesma.
O resultado final do jogo foi Benfica – 0 Adeptos Criminosos- 1.