Praias cheias, apesar do covid-19

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Sábado de calor e logo pela manhã o Presidente da República foi até à praia dos pescadores em Cascais dar um mergulho e nadar um pouco, com pelo menos um canal de televisão em direto. Ir à praia é uma espécie de rotina para Marcelo que tinha sido quebrada pelas regras do distanciamento social e confinamento decretadas no combate ao covid-19.

Agora que o governo aliviou o desconfinamento imposto aos cidadãos, Marcelo não perdeu tempo. Marcelo e milhares, muitos milhares de portugueses que lhe seguiram o exemplo.

As praias da zona de Lisboa encheram, segundo os relatos que foram sendo recolhidos por inúmeras equipas de reportagem de televisões, rádios e jornais, tornou-se difícil cumprir com o distanciamento exigido de se manter um espaço de 1,5 metros a 2 metros de distância entre pessoas.

Nem no mar, nem no areal: o distanciamento recomendado aos banhistas nas praias da Linha de Cascais esteve longe de ser cumprido, principalmente quando a maré subiu e o areal diminuiu de tamanho.

Em Cascais, durante o dia, com temperaturas a rondar os 30 graus, tanto na praia de São Pedro do Estoril, como na vizinha das Avencas, a afluência de banhistas superava aquilo que poderia ser o desejável tendo em conta as recomendações do Governo no acesso às praias em tempo de pandemia.

A distância física entre os utentes deve ser de 1,5 metros e entre chapéus de sol, toldos ou colmos de três metros, mas não foi isso que se viu.

Apesar de o Governo ter marcado a abertura do período balnear para 06 de junho, pode ir-se à praia, após a resolução do Conselho de Ministros que prorroga a declaração da situação de calamidade, no âmbito da pandemia da doença covid-19, datada de dia 17 de maio.

Alguns ainda tentavam o distanciamento, mas tendo em conta o espaço disponível ficava difícil estender a toalha suficientemente longe da toalha vizinha.

De acordo com o plano de desconfinamento e durante a época balnear, na utilização do areal das praias estão “interditas atividades desportivas com duas ou mais pessoas, exceto atividades náuticas, aulas de surf e desportos similares”.

Mesmo em Carcavelos, uma praia de maiores dimensões, o areal ficou cheio de banhistas, pranchas de surf, baldes e cestos de piquenique.

No mais recente “briefing” do Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, foi questionado sobre as regras do acesso às praias. Segundo disse, na altura, o que ficará claro no decreto-lei que ainda não foi publicado, é que “no caso de haver um incumprimento reiterado”, ou seja, “um, dois, três dias seguidos” em que a lotação da própria praia é ultrapassada, “por razões apenas de saúde pública, essa praia poderá ser encerrada”.

O ministro afirmou que “o acesso à praia é livre”, mas “tem de ser feito com segurança.

Hoje, domingo, mais um dia de calor, as praias voltarão a encher-se de gente.

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