Manifesto pelas Artes

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Todas as atividades económicas e sociais estão a ser afetadas pelas medidas de combate à pandemia covid-19, as artes e espetáculos não fogem a essa regra. Os museus só agora estão a reabrir, mas as salas de teatro, os cinemas, as exposições ainda continuam encerradas.

Milhares de artistas, atores, encenadores, técnicos e outros profissionais, continuam ser atividade e, em muitos casos, sem qualquer rendimento e sem qualquer apoio do Estado. E é neste capítulo dos apoios que a situação destas pessoas se diferencia da maioria dos demais.

Por causa disto, um grupo de pessoas lançou um manifesto que circula pela internet, que alerta os poderes públicos e políticos para reforçar “em todos os campos” as artes, aquando do levantamento das restrições às salas de espetáculos impostas pela covid-19.

Entre os primeiros signatários encontram-se o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, o encenador Castro Guedes, o escritor Fernando Dacosta, o artista plástico João Baeta, o cenógrafo José Carlos Barros, a psicanalista Luísa Branco Vicente, o musicólogo Mário Vieira de Carvalho, o economista Ricardo Paes Mamede, o programador cultural Nuno Higino e Luís Humberto Marcos, jornalista.

O manifesto pode ser assinado por quem quiser solidarizar-se com os artistas e demais profissionais do setor e a recolha de assinaturas irá prolongar-se online em artesalerta.com até domingo, pelas 20:00, para ser entregue “emblematicamente” a 1 de junho, dia de reabertura, ainda que previsivelmente com muitas restrições, das salas de espetáculo, durante a terceira fase de desconfinamento.

Os autores do manifesto, dizem saber que as transferências das expressões artísticas para o mundo digital é uma forma de manter as expressões artísticas perto do público, mas consideram que será errado subalternizar as artes em presença física.

Na missiva é ainda referido o papel da arte como “meio de combate à síndrome pós-traumática” da situação e “essencial às retomas económicas e sociais; e à preservação da condição humana: como dar uma flor a uma criança ou ser capaz de ir à Lua”.

“Será uma excelente oportunidade para fazer as artes e a cultura, em presença, saírem de um Estado de Calamidade, anterior à pandemia”, referem.

O documento será entregue aos presidentes da República e da Assembleia da República e ao Primeiro-Ministro, bem como à ministra da Cultura, grupos parlamentares de representação democrática, comissão parlamentar da área da Cultura e à Associação Nacional de Municípios para distribuição por todas as presidências e vereadores da Cultura das Câmaras Municipais portuguesas.

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